Carta ao Amor
Hoje sinto saudades de mim, quero ficar quieta para minha alma pousar e com ela caminhar.
Quero levar aquilo que está silencioso dentro de mim que busca o amor.
Amor tão querido tão esquecido e deixado de lado, por não ser procurado corretamente, somente falado.
Amor fica perto de mim para que eu possa sentir a pureza do tempo sem tempo, do espaço infinito que a memória esquece e o coração anseia.
Te busco no amanhecer, renovando meu olhar e votos.
Te esqueço ao entardecer e volto a te procurar nos limites de minhas forças.
Resta apenas o silencio persistente dentro de mim.
Eu te executo em meus atos.
Será isso uma forma muda do sentimento existir?
Um estado inusitado do não conhecido e do não saber?
Será isso uma dor doida de uma necessidade mal interpretada?
Ai amor não saia de mim agora, para que eu possa de mim sair e te distribuir.
Para que possa despertar essa alegria serena que sabe o que sabe e sabe que não sabe.
Aqui fico degustando algo.
Não sei se é bom, se é melancólico.
Talvez nuances tardias do não querer passar rapidamente naquilo que me é mais caro: a consciência que habita em mim.
O mim mesma mais doce e serena,
sem maldades prévias porém com prontidão.
Deliciosa raridade do Ser.